sexta-feira, 9 de maio de 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHO


História em quadrinho é um contar histórias com as imagens. Elas estão presentes nos jornais, em formas de tiras diárias, ou em revistas que denominamos infantis ou infanto-juvenis. Fazem parte de nosso imaginário, de nosso mundo. São fontes de lazer e entretenimento, assim como a literatura, e como ela, nós fugimos do cotidiano para entrar em outro mundo, repleto de novas histórias e grandes personagens. Essa aproximação com a literatura mostra uma arte com características parecidas, mas que carrega também diferenças básicas.
O método para contar a história segue uma dinâmica diferente, pois as histórias em quadrinhos não precisam relatar os movimentos dos personagens, já que fica explicito na imagem que o segue. O falar, pensar, a raiva, alegria, o choro, o barulho, tudo isso tem uma forma imagética de se mostrar. Uma descrição de um evento pode ter uma grande quantidade de paginas para sua feitura pela literatura, mas uma única página de história em quadrinho poderia suprimir o tempo para o entendimento, dando uma entrada mais rápida do leitor naquilo que ele busca compreender (aqui poderíamos pensar se essa entrada na história, realizada pelo quadrinho, pode ser tão profunda quanto a literatura, mas vamos deixar isso pra mais tarde).
O aparecimento das artes gráficas na Europa, unindo ilustração e texto, pode ser chamado de a origem das histórias em quadrinhos, mas sua popularização e autonomia só vieram mesmo nos Estados Unidos da América, no final do século XIX. É neste momento que aparecem as “comics”, ou seja, suplementos dos jornais daquela época. Era um caderno a parte, mas os jornais sentiram uma influência positiva nas suas vendas exatamente por esses suplementos. Na verdade, o momento em que as histórias em quadrinhos são consideradas um novo movimento de arte, uma nova Arte, é nos anos 30. Em meados dos anos 40, surge a primeira crítica a ela, feita pelo Doutor psiquiatra Frederic Wertham, na obra Sedução dos Inocentes, sofrendo por isso uma aversão nos meios acadêmicos. Na década seguinte, as histórias em quadrinhos assumem novamente seu lugar de destaque nos meios de comunicação, inspirando movimentos de arte da qual são nomeados de ‘pop-art’, e sendo valorizado como fonte de inspiração. Nesta época é que aparecem pela primeira vez os Super-Heróis, ou seja, vigilantes que protegem a população com seus poderes. São desta época os personagens: Super-Homem (personagem que veste as cores da bandeira americana e luta por esses ideais patrióticos), Batman, Capitão América (um soldado americano lutando contra os nazistas), Fantasma, Tocha Humana, Namor, Capitão Marvel, Lanterna Verde, etc. Não é a toa que essa época é chamada de “Era de Ouro” das histórias em quadrinhos, sendo o nacionalismo americano um dos temas centrais neles abordados.
Os quadrinhos abordam hoje assuntos cada vez mais complexos, desde o preconceito até a sexualidade e a vida em comunidade. Na contemporaneidade, as histórias em quadrinhos são consideradas uma obra de literatura, assim como o livro, e tem grande interesse e procura pelo público em geral, muito mais que seu antecessor literário. E como essa arte está em processo contínuo, as coisas relatadas tem ligação direta com o que vemos no mundo fenomênico atual.
As histórias em quadrinhos são um estande de visibilidade, que cativa o aluno assim como as balas e doces coloridos cativam as crianças. Esta forma de arte embeleza uma aula de filosofia, dando sentido à prática filosófica na vida. A maioria dos alunos, na atualidade, tem uma preferência pela leitura das histórias em quadrinhos, pois elas estão distribuídas não apenas nas bancas, mas também nos meios eletrônicos, como a internet, de forma totalmente gratuita.

Então, como poderemos trabalhar com as histórias em quadrinhos na sala de aula, envolvendo algum filósofo em sua discussão. Bem, começamos com um ilustre desconhecido das salas de aulas brasileiras, Erasmos de Rotterdam, com sua obra Elogio à Loucura, e um quadrinho muito conhecido, Sandman, de Neil Gaiman, mas precisamente, a edição 31 brasileira, ‘Três Setembros e Um Janeiro’.

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