História em quadrinho é um
contar histórias com as imagens. Elas estão presentes nos jornais, em formas de
tiras diárias, ou em revistas que denominamos infantis ou infanto-juvenis. Fazem
parte de nosso imaginário, de nosso mundo. São fontes de lazer e
entretenimento, assim como a literatura, e como ela, nós fugimos do cotidiano
para entrar em outro mundo, repleto de novas histórias e grandes personagens.
Essa aproximação com a literatura mostra uma arte com características
parecidas, mas que carrega também diferenças básicas.
O método para contar a história
segue uma dinâmica diferente, pois as histórias em quadrinhos não precisam
relatar os movimentos dos personagens, já que fica explicito na imagem que o
segue. O falar, pensar, a raiva, alegria, o choro, o barulho, tudo isso tem uma
forma imagética de se mostrar. Uma descrição de um evento pode ter uma grande
quantidade de paginas para sua feitura pela literatura, mas uma única página de
história em quadrinho poderia suprimir o tempo para o entendimento, dando uma
entrada mais rápida do leitor naquilo que ele busca compreender (aqui
poderíamos pensar se essa entrada na história, realizada pelo quadrinho, pode
ser tão profunda quanto a literatura, mas vamos deixar isso pra mais tarde).
O aparecimento das artes
gráficas na Europa, unindo ilustração e texto, pode ser chamado de a origem das
histórias em quadrinhos, mas sua popularização e autonomia só vieram mesmo nos
Estados Unidos da América, no final do século XIX. É neste momento que aparecem
as “comics”, ou seja, suplementos dos jornais daquela época. Era um caderno a
parte, mas os jornais sentiram uma influência positiva nas suas vendas
exatamente por esses suplementos. Na verdade, o momento em que as histórias em
quadrinhos são consideradas um novo movimento de arte, uma nova Arte, é nos
anos 30. Em meados dos anos 40, surge a primeira crítica a ela, feita pelo
Doutor psiquiatra Frederic Wertham, na obra Sedução
dos Inocentes, sofrendo por isso uma aversão nos meios acadêmicos. Na
década seguinte, as histórias em quadrinhos assumem novamente seu lugar de
destaque nos meios de comunicação, inspirando movimentos de arte da qual são
nomeados de ‘pop-art’, e sendo valorizado como fonte de inspiração. Nesta época
é que aparecem pela primeira vez os Super-Heróis, ou seja, vigilantes que
protegem a população com seus poderes. São desta época os personagens:
Super-Homem (personagem que veste as cores da bandeira americana e luta por
esses ideais patrióticos), Batman, Capitão América (um soldado americano
lutando contra os nazistas), Fantasma, Tocha Humana, Namor, Capitão Marvel,
Lanterna Verde, etc. Não é a toa que essa época é chamada de “Era de Ouro” das
histórias em quadrinhos, sendo o nacionalismo americano um dos temas centrais
neles abordados.
Os quadrinhos abordam hoje
assuntos cada vez mais complexos, desde o preconceito até a sexualidade e a
vida em comunidade. Na contemporaneidade, as histórias em quadrinhos são
consideradas uma obra de literatura, assim como o livro, e tem grande interesse
e procura pelo público em geral, muito mais que seu antecessor literário. E como
essa arte está em processo contínuo, as coisas relatadas tem ligação direta com
o que vemos no mundo fenomênico atual.
As histórias em quadrinhos são
um estande de visibilidade, que cativa o aluno assim como as balas e doces
coloridos cativam as crianças. Esta forma de arte embeleza uma aula de
filosofia, dando sentido à prática filosófica na vida. A maioria dos alunos, na
atualidade, tem uma preferência pela leitura das histórias em quadrinhos, pois
elas estão distribuídas não apenas nas bancas, mas também nos meios
eletrônicos, como a internet, de forma totalmente gratuita.
Então, como poderemos trabalhar
com as histórias em quadrinhos na sala de aula, envolvendo algum filósofo em
sua discussão. Bem, começamos com um ilustre desconhecido das salas de aulas
brasileiras, Erasmos de Rotterdam, com sua obra Elogio à Loucura, e um
quadrinho muito conhecido, Sandman, de Neil Gaiman, mas precisamente, a edição
31 brasileira, ‘Três Setembros e Um Janeiro’.
Nenhum comentário:
Postar um comentário